01/04/2010

Dois

DOIS


Porque as pessoas desejam uma a outra?

Eu quero você.

Vamos construir juntos nossa história.

Você me aceita como eu sou? Eu posso conviver com seus defeitos.

Perdoe meus erros. Eu esquecerei os seus.

Ainda bem que tenho defeitos!

Não sou programável. Não tenho um chip.

Não podemos ter medo de errar.

Será que você ainda estará ao meu lado?

Apesar das circunstâncias sua voz aqueceu meu coração.

Eu que sou um redemoinho de emoções.

Sinto em você minha calmaria.

Não deixe meu olhar se perder do seu.

Tudo é transitório,mutável e passível de transformação.

Diga que estará comigo. Mesmo tão longe....

Não busque segurança, pois ela não existe.

Anseio pela insegurança. Sou humana. Ela é inerente a mim.

Não quero a paralisia do medo. Ele não me impedirá de descobrir você.

Eu me exponho, experimento novas sensações.

Estou sujeita ao ridículo, às críticas, ao  sofrimento ou a solidão.

Desilusão. Decepção.

Eu me permito. O lírico está em mim.

Paixão e coragem eu tenho.

Você vem comigo?

Te disse que eu sou diferente.

Mas nunca disse que era perfeita.

Empolgação é diferente de leviandade.

Mas recuso o papel de vítima.

Anseio por dias melhores. Pra mim e pra você.

Talvez possamos ser resumidos à mesma pessoa.

Espero que agora seus horizontes não sejam outros.

Se olhar lá..... me veja.
Marleezinha

21/02/2010

O Dono da Foto

Ela não durmiu. Continuava deitada envolta em seus pensamentos, ouvindo o cantar dos pássaros que pousavam em sua janela. Os primeiros raios de sol entravam por entre as frestas... Ela ligou o rádio, ouviu uma música que lembrava sua  adolescência e  o desligou em seguida.

Levantou, andou em direção à sua bolsa e olhou a foto dele. Seu coração bateu forte, suas mãos acariciavam aquela foto como se fosse uma jóia preciosa, de grande valor e delicada. Deu-se conta que aquela foto representava mais que uma jóia. Enquanto a olhava, a ternura invadia seu coração. Ela sorriu e voltou a deitar-se.

Levantou outra vez, rapidamente, com o mau-humor que lhe era peculiar. Desceu, tomou um café mas não falou com ninguém. Subiu, tentou estudar. Em vão. Sua mente estava tomada de pensamentos.

Tomou um banho e pegou suas roupas, antes olhou-se no espelho nua e lembrou da foto. Vestiu-se e saiu.

Encontrou o dono da foto! Naquele momento, uma onda de calor, melhor e mais quente que a do sol, tomou conta de seu corpo. Eles conversaram, mais uma vez ela teve a certeza de que seria dele. Voltou para casa.

Beijou sua mãe. Tentou estudar mais uma vez, leu alguns trechos do texto de inglês. Não conseguia...

Trouxe consigo na memória a conversa que tivera com o dono da foto. Pensou... pensou... pensou...

Já era hora do almoço. Tomou outro banho, mas ardia em desejo. Aquele banho não servira. Tirou a toalha que lhe cobria o corpo ardente, pensou nele como nunca antes, deitou e sentiu prazer... mergulhou fundo no olhar daquela foto e... prazer... sucumbio solitária a um desejo contido.

Seu corpo estremece, ela chamou por ele, sussurrou seu nome. Deu-se conta de que o queria de tal maneira que não saberia explicar. Aconteceu.

Levantou-se ofegante, vestiu-se e sorriu. Descobriu o prazer solitário, que geralmente os homens têm sem pudor.

Ela sentiu prazer, mas queria se sentir mulher, desejada, acariciada pelo dono da foto.

Desejou naquele momento ser tocada por suas mãos, tê-las descobrindo seu corpo, assim como ela conheceu o que há muito hesitou em fazer.

Quis falar-lhe. Pegou o telefone, mas logo desistiu. Sentiu um turbilhão de emoções dentro de seu peito; não saberia descrever o que estava sentindo. Medo, culpa, angustia, felicidade, êxtase... Alegria!

Só tinha certeza de uma coisa: nenhum desses sentimentos seria maior que o que ela carregava em seu coração pelo dono da foto.